sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Há Mais Por Haver


Nunca há mais por haver
Aquele alheio sentido
Estranho mas puro ver
Que me traz por sofrido.

Nunca há mais…quantia
Que me faz um desabitado,
Ficar atulhado ao dia,
Será isto em demasia?

Amado pela poesia
Quem tem porção…
É ave, quem diria
É poeta por paixão.

30/10/09

Filipe Pires

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Nos Remos Da Maré


Sou cego, surdo e mudo
Quem é o que apenas sou?
Prego-me por um fundo
O que nada me ficou.

Era algo que nada foi
Foi algo que nada é
Sou criação do imaginário
Sou ser da minha maré.

Abro as portas para o ser
Resvalo puro na letra
Deixo dirigir este antever
Pelo que no fim me entra.

29/10/09

Filipe Pires

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Início Que Finte No Fim


Em que consiste o meu sentimento?
Este que surge num sobressalto
Que aflui e avança ao momento
Esta mudez... virá ela do alto?

Consciência no ritmo anormal
Vivência estranha mas normal.

É este o percurso que sigo
Esta é a minha linha de sorte
O que é meu vem comigo
O resto que finte na morte.

28/10/09

Filipe Pires

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lógica Criação de Alguém


Falo sozinho. Não sei para quem…
Murmuro somente, minha mente,
Como converso coerente para uns cem.

Agarro firme e convincente
Umas palavras sem sentido
Convenci-me loucamente,
Por onde me tenho metido?!

Palestro sensato para ninguém
Nesse acto...é para os tais!
Ah, aqueles irreais animais
Mas, e será que há alguém?
Criações ocultas? Sei, sei se tem…

26/10/09

Filipe Pires

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Olhar Intenso


Fico preso num olhar intenso
Contemplo um vazio nebuloso
Consigo ouvir-me, sem senso,
Algures, num bloquear receoso.

A brisa corre as minhas feições
Secando-me os olhos banhados
Mas que transparentes ilusões
Vêm de mim, meus obstinados.

23/10/09

Filipe Pires

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Atroz Mandamento


Atroz este batimento
Fragoso este cerrar
Coração do pensamento
Punho de vingar!

Glória a agudeza
Que levita no ar…
Senhora condensa,
Quem pensais tramar?

Forjar numa breve palavra
Manda o oculto forjador!
Confiante a mal tratar
Quem se arma em condor.

Ardente chama lavra
Um corpo desconhecido
É uma cortesia negra
Quem manda no vencido?

19/10/09

Filipe Pires

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

É! O Quê?


Há algo que nada me deu
Se por haver não lhe mereceu
Que algo serei eu?

Num existir aldrabão
Subsisto receoso
Que diabo de ilusão
Se tornou vicioso.

15/10/09

Filipe Pires

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Abraço um Acordar? Será…


Abraço severo um olhar
Largo suave um vazio
Fico somente a contemplar
Um estranho arrepio.

Acordo de um pesadelo
Levando as mãos ao cabelo…

Amanhece neste lugar
Secando a geada fina
Será um abandonar?
Que envolve a minha sina.

Descontente sorriso forçado
De uma verdade mentirosa
Quem será o tal bastardo?
Que deixou morrer esta rosa.

14/10/09

Filipe Pires

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vive e Morre


Por entre a chuva chora
Uma estranha solidão;
Ah, onde será que mora?
Essa flor oculta de paixão.

Vagueia ela infeliz.
Há povo que conta:
Que é moça aprendiz!
Será que se consta?
O que se diz…

Por vezes o fim,
De quem é estimado,
Deixa na memória
Um início inacabado.

Não é única que me ocorre
Muito menos vive ou morre…

13/10/09

Filipe Pires

domingo, 11 de outubro de 2009

Eram Olhos Vivos


Olhos azuis afogados em tristeza
Olhos azuis que parecem névoas
São apenas olhos sem a sua beleza
Estes olhos debaixo de tréguas.

Eram tudo quando viam!
E continuam a ver…
Mas perderam a sua cor
Porque um dia fizeram sofrer

Que anil morto se tornaram
E que lágrimas derramaram.

18/07/09

Filipe Pires

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Que Se Espera


Bem-querer
E nada prever
Ser, ou vago?
Nisto…
Nada vos trago.

09/10/09

Filipe Pires

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Respirar A Chama


Vai brotando à medida que escrevo
Renascendo na vontade interior;
Instinto de um mero trevo
Que me traz a este mundo inferior

Vou calculando cada passo dado
Sem ter que contemplar o chão.
Vou sereno para ser amado
Por alguém que alenta paixão.

Aguardo estes segundos
Os tempos de fundos…

07/10/09

Filipe Pires

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Tela Descrita


Traço linhas na tela
Desenvolvo com cores quentes
Surge o que há de belo nela
Por entre veras mentes

Alcanço um rosto delicado
De uns olhos sensíveis
Ocupo o branco oscilado
Em pinceladas perdíveis.

Completo esta pintura
Com uma breve assinatura.

02/10/09

Filipe Pires

Será Demente


Loucura é de loucos
O que sorri para mim!
Por vezes parece perto do fim
O que de moucos
Se aproxima do confim.
Seria de doidos:
Ser idiota ou nada ser?!

26/07/09

Filipe Pires