segunda-feira, 3 de março de 2014

Folia e Alegria



Morosamente, soam passos pesados
Num encontro de senso feroz
Desvendando meros sentidos
Culminando aquele arrepio atroz.

Entre manhas e manias
Bocejos, sussurros e mirares
Cantigas alienadas e folias,
E cá moram as alegrias,
Assim que se ouve os cantares.

Viagem guiada pela motivação,
Um alimento sonoro de bom agrado,
Alguma efusão na felicidade fundada
Numa imensidão em combustão,
Na procura de algo, algo amado…
Que sabe, um apogeu da baralhada,
Essa cartada que traz uns sorrisos
E em cada carta espalhada
A sensação de mil risos.
Isto que soa, não são passos perdidos,
É apenas o corpo na união da mente
Num equilíbrio mútuo que se sente.

2/03/2014


Amândio Lopes 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Peripécia



Pela difusão do desejo,
Na ardente maré de passos
Ao sabor da vontade e do preconceito.
Este que mexe erasmicamente os escassos,
Que eleva o abstracto na efusão versátil
Em tragos ensurdecidos da mente ao peito,
Como quem mente com jeito sendo útil…

E vejo a tristeza entristecer a alma
E queria partilhar…
O idealismo junto ao consenso de sonhar,
Conceituar o imparcialíssimo moral demente?
Quem sabe apenas uma conflagração mental.

22/10/2013


Filipe Pires

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Momento


 Por vezes o degredo que abrange a mente parece ferver, evaporando e destilando os pensamentos, opiniões, intuito…Um momento revela uma vida, como um sonho que surge vazio “num segundo” pelo subconsciente, sem lógica, sem nexo, ermo.
 Dizem que chorar cura, mas o pranto pode não compensar o momento de dilúvio.
 Quem sabe, as provações são a ira da aprendizagem, são o desenvolver da personalidade crescente. O mundo da natureza dentro do Eu.

 Momentos são para a vida, a gota da imperfeição da normalidade mental do ser humano, que mais determina o valor dos momentos como nulos de inconsciência…

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Lamento desfolhado


Suspiro incrédulo a vontade de sentir,
A ilusão demente ao julgar algo
Ou a peripécia ao tropeçar em mim…
Falácias sem sentimento a rir
Olhares perdidos de encanto vago,
Sombras abraçadas ao real,
Abstractas lágrimas a esvoaçar
Perante um rumo escasso
Que aflige a compaixão sentida.

Por vezes desconheço
O que me vai na mente
O rebuliço do horizonte
Aquelas ideias indecentes
Que fragmenta esta ponte
Na junção de correntes.

Ao longe vejo as sombras
Que colidem pelo vento
E ao desfolhar o que sonhas
Deleito este ermo contento
Num gosto envelhecido
Ao que me assombras…

Não há lembrança que desfolhe o hodierno
Dos momentos e contentos, em tempos, contemplados
Pela emergente vertente do inconveniente eterno
Ao timbre do desdém mudo de olhos vendados.

01/03/2012


Filipe Pires

Um Espaço Individual


Assalta em fragmentos
O murmúrio do silêncio,
Sobre o vazio da questão inconsciente
Terminava a resposta aguçada.
Por vontade ao momento do poderio
Em pétalas o sangue que ferve na mente
Mas nas algemas da falácia amada
A morte nos estilhaços do sigilo…

03/05/2013


Filipe Pires

domingo, 31 de março de 2013

Um Lanho Sangrento



Ocasiões…
Breve desleixo sem eixo
Por fragmentos explosivos,
Culminados no sabor da razão
Entre intuitos de tentação
E à mercê dos primitivos.

Sombras de amargura tilintam
Por dissabores corrompidos,
Abram alas ao esbelto negrume
Que se aguça como o som dos sinos…
Mas, certas matérias são divinas
Reagem minuciosamente pelo gume,
Em ritos banhados num sopro de sinas
Vejo derramar os murmúrios embutidos.

31/03/2013

Filipe Pires

terça-feira, 26 de março de 2013

Fios de Momento



Já não há ardor
Que sirva para cobrir
Um manto negro de clamor
Na erma dúvida por despedir

Fosco percalço
Que consente as lamúrias,
Numa ilusão sem encalço,
A um turbilhão de penúrias.
Aquele fim sem amparo
No sentimento mais injusto
Acolher a aversão ao raro
Num adro morto sem custo.

Na erma dúvida a despir
Num manto escuro de clamor
Que sirva para se cobrir
Dos únicos momentos de ardor.

Filipe Pires

06/02/11