sexta-feira, 11 de junho de 2010

Rumo ao Pranto


Vi lágrimas a murmurar
Do ermo silêncio da partida
Vi, não minto, o coração a derramar
Pelo sentimento da despedida

Senti o nascer do vento
Tilintar o rosto molhado
Secava a face do tormento
Do cair choroso do fado.

Contemplei, a cada passo, as lembranças
Clamei, em mim, significados vividos
Desejei, do meu vazio, as esperanças
Dos momentos que serão revividos.

Só, na deriva do meu ser,
Faleci do choro interior
Sonhei voltar a ver
Sonhei não o perder em dor...
Olhei o cinzento céu em mágoa
Incrivel! Até de tristeza vive este véu
Que sem sofrimento verte sua água
E faz do meu sentimento seu réu.

Haveria mais lágrima por criar?
Quanto mais me vejo escrever
Mais me sinto por chorar.

09/06/10

Filipe Pires