terça-feira, 30 de junho de 2009

A Noite É O Meu Beco


Estou só e perdido
Sozinho num sombrio beco
Estou só e ressentido
Por mais que fale, só ouço o meu eco.

Sou nada, talvez nada sou,
Por mais nada que seja
Nem a minha lágrima me içou

Sigo as lágrimas até ao chão
Deste lamento das funduras
São pranto de solidão
São vivências mais duras.

O escuro é secreto
Nem a noite diz
O que de vil é concreto.

30/06/09

Filipe Pires


domingo, 28 de junho de 2009

Lisboa, Chove Em Ti


Chove nas ruas desertas de Lisboa!
Consigo ouvi-la desabar
Nas veias amplas onde ecoa
Cai e soa, cai para assear,
Assear Lisboa.

Abrem-se guarda-chuvas!
Nas velhas vias de Pessoa
Dão vida ás acanhadas ruas
E ressoa novos ruídos de Lisboa

28/06/09

Filipe Pires

sábado, 27 de junho de 2009

Citação


Ontem pensei, hoje sonhei, amanhã aconteça o que acontecer, não será escrito aqui.

27/06/09

Filipe Pires

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Flor Da Memória


Na minha varanda nasceu uma flor!
Brotou numa manhã de madrugada
Em excelsos de cetim e primor.

Pensamentos correram sobre ela
De onde surgiu esta flor tão bela?
Medrou até minha janela do calor
Mas que pétalas nascentes do alvor.

És verde dos infindos campos
És brasa do sol alado
És senhora de todos os recantos
És o meu outro lado estimado

Vives na calada na lembrança
És a minha flor de confiança.

24/06/09

Filipe Pires

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Não Vejo Lágrimas


Lacrimejo de breve pensamento
Colossal lágrima candente…
Do fundo da cisterna do padecimento
Onde o Olimpo se torna ausente
Ó minha visão frágil de contento!

Não sinto a luz cintilante
Nem a brisa alheia
Não sinto a chuva cativante
Nem vejo o que me vagueia

Sou triste porque sou cego
Cairei afogado no meu pranto
Sou triste porque me rego
Em choro num recanto.

22/06/09

Filipe Pires

domingo, 21 de junho de 2009

Pé A Passo


Caminha o caminhante
A pé, vai ele confiante.
Caminha o sonhador
Pelas nuvens vai condor

Caminhais ó caminhante
Logo, é um viajante sonhador
Caminha o fantasiador, confiante!
Todavia pelas nuvens como um condor.

Jornadeias viandante
Vais para longe estranho trovador
Progride por estrada constante
Num olhar de explorador.

21/06/09

Filipe Pires

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Os Segundos Do Sentimento

Subjugo o imenso céu
Dos prateados reflectidos
Na nuvem que é véu
Dos significados esquecidos.
Acolho a letra que é réu
Do meu pensamento…
A frase que vai ao vento
Soletro-te, descrevo-te.
Aperfeiçoo em tormento
A palavra que sentimos
E digo cobiçando-te
Que quanto mais andamos
Mais eu te amo…

19/06/09

Filipe Pires


A Sede De Quem Escreve


A minha pétala foi com o vento
Agora sozinho sou sofrimento

Encaro o pesadelo com fé
Sede de chama flamejante
Enquanto remo contra a maré
Perco rasto da minha amante

Flor crescente de majestoso luar
És nevoeiro do um ressentido mar

Nem a palavra sente
O que o poeta consente.

19/06/09

Filipe Pires

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Nascente Sol


Fogo ardente brota no horizonte
Cresce glorificado de cetim
Beija de calma harmonioso monte

Nuvens pintadas de ameno carmesim
Costuradas ao éden da beleza
Cunham os limites do infindo confim
Com cores indefinidas de lindeza

É astro-rei que cresce sobre mim
É tela a óleo da vasta fonte
Lavra-se o céu em algodão, sim…
E eu, pintado num quadro de grandeza.

16/06/09

Filipe Pires