sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Casa dos Clamores


Este cântico mudo
Estende as cordas vocais…
Só ao me sentir surdo
Que me encontro sem sentido
A engolir tons instrumentais.

Cofiando a barba, sereno no vagar,
Sentado, a prezar este soirée, em espera
Das deleitosas olhadelas a contemplar.
Vou admirando a senhora Vera!

Suas ancas curvam nas caminhadas
Como um baloiço em curtas idas
Seus olhos verdes de temporadas
(Dos delicados campos primaveris)
Do seu rosto, reflexos de vidas.

Ah, Vera…
Que toque mágico provas;
Das cantigas derivas
Do fado não saís
Sem ti, onde estão os vivas?!

Uma casa de fados traz voz
Voz em que se derrete num final
Final que se aplaude até à foz
Foz que se ecoa num timbre tal!

11/12/09

Amândio Lopes

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Vasto é Lorun


Julguei julgando um jogo que julgava, deveras, fantástico! Sentido de palavras...é engraçado.
Os nervos dificultam, o que aconteceu? Perdi! Mas, de facto, eu sei que vou ganhar para a próxima.

07/12/09

Filipe Pires

sábado, 28 de novembro de 2009

Ecos Ao Mar


Não são verdes campos
São campos vestidos de anil;
Destes que berram amplos
Destes que bramam vil.
Mudei meus cantos,
Estou só ao clamar?

Vejo nuvens cavalgantes
Sob este imenso mar
São pinturas andantes
Que sucedem sem lugar

Contemplo esta infinidade
Inspirando o sabor salgado
Avisto o sol com saudade
Admiro o reflexo desejado.

28/11/09

Filipe Pires

Nada Sentido No Lorun


Um sentido sem nada
Nada um sem sentido
Sem um sentido nada
Um sem nada sentido.

?/11/09

Filipe Pires

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ente Que É Gente



É quem não esperava ser
No meu escasso pardo
Esta alma fez antever
A causa por que ardo.

As lamúrias circundam
Ao brotar do acordar
As lamúrias divulgam
O irromper por amar

Eclode ao emergir destas frases
Como o sol que revive no futuro
Exclama minhas estranhas faces
Ao ente que se concebeu duro.

09/11/09

Filipe Pires

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Para Lá Do Céu


Claridade do luar
Realça este cariz
De oriundo lugar.
Veste em feliz
A chama ardente
Acalma o infeliz
Que se lhe aviva a mente

Clareza num cetim lunar…
Ecos mudos dos clamores
Avista um sentido a clamar
Ao cintilante Deus Eros
Que se traga amores por amar.

06/11/09

Amândio Lopes

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Achei Esta Clave


De volta dos pensamentos
Já pensei muito nas razões
Julguei pelos sentimentos
Confiei em plenas confeições

Ao torno de forçar
Por dentro a fora
Cobicei em achar
O que me traz…
Pela ideia da memória.

Sinto a brisa a reflectir
Se vou a passo intacto
Não minto nesse ferir
Do meu próximo facto.

Abro as portas sem chave
É esta aragem a minha clave?

04/11/09

Amândio Lopes

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tive Pouco Por Vago


Tenho a dor vaga
Que se deita em mim
Aflui lenta e amarga
O meu sono sem fim.

Tinha amor que ter
Pensava, terno, eu!
Perdi sem sequer o ver
Ardor que se me envolveu…

02/11/09

Filipe Pires

Nos Sentidos Que Sinto


Bebe o solo a minha água
Pelas raízes do arvoredo
Vejo sombras na sua mágoa
Dos pardos arrepios de medo.

Nascente astro do luar
Vens do poente horizonte
Vens de incerto lugar…

Sons da minha mente
Ouvidos ocos aos ecos
Tacto que me sente
Nos sabores sem becos.

02/11/09

Filipe Pires

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Há Mais Por Haver


Nunca há mais por haver
Aquele alheio sentido
Estranho mas puro ver
Que me traz por sofrido.

Nunca há mais…quantia
Que me faz um desabitado,
Ficar atulhado ao dia,
Será isto em demasia?

Amado pela poesia
Quem tem porção…
É ave, quem diria
É poeta por paixão.

30/10/09

Filipe Pires

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Nos Remos Da Maré


Sou cego, surdo e mudo
Quem é o que apenas sou?
Prego-me por um fundo
O que nada me ficou.

Era algo que nada foi
Foi algo que nada é
Sou criação do imaginário
Sou ser da minha maré.

Abro as portas para o ser
Resvalo puro na letra
Deixo dirigir este antever
Pelo que no fim me entra.

29/10/09

Filipe Pires

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Início Que Finte No Fim


Em que consiste o meu sentimento?
Este que surge num sobressalto
Que aflui e avança ao momento
Esta mudez... virá ela do alto?

Consciência no ritmo anormal
Vivência estranha mas normal.

É este o percurso que sigo
Esta é a minha linha de sorte
O que é meu vem comigo
O resto que finte na morte.

28/10/09

Filipe Pires

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lógica Criação de Alguém


Falo sozinho. Não sei para quem…
Murmuro somente, minha mente,
Como converso coerente para uns cem.

Agarro firme e convincente
Umas palavras sem sentido
Convenci-me loucamente,
Por onde me tenho metido?!

Palestro sensato para ninguém
Nesse acto...é para os tais!
Ah, aqueles irreais animais
Mas, e será que há alguém?
Criações ocultas? Sei, sei se tem…

26/10/09

Filipe Pires

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Olhar Intenso


Fico preso num olhar intenso
Contemplo um vazio nebuloso
Consigo ouvir-me, sem senso,
Algures, num bloquear receoso.

A brisa corre as minhas feições
Secando-me os olhos banhados
Mas que transparentes ilusões
Vêm de mim, meus obstinados.

23/10/09

Filipe Pires

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Atroz Mandamento


Atroz este batimento
Fragoso este cerrar
Coração do pensamento
Punho de vingar!

Glória a agudeza
Que levita no ar…
Senhora condensa,
Quem pensais tramar?

Forjar numa breve palavra
Manda o oculto forjador!
Confiante a mal tratar
Quem se arma em condor.

Ardente chama lavra
Um corpo desconhecido
É uma cortesia negra
Quem manda no vencido?

19/10/09

Filipe Pires

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

É! O Quê?


Há algo que nada me deu
Se por haver não lhe mereceu
Que algo serei eu?

Num existir aldrabão
Subsisto receoso
Que diabo de ilusão
Se tornou vicioso.

15/10/09

Filipe Pires

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Abraço um Acordar? Será…


Abraço severo um olhar
Largo suave um vazio
Fico somente a contemplar
Um estranho arrepio.

Acordo de um pesadelo
Levando as mãos ao cabelo…

Amanhece neste lugar
Secando a geada fina
Será um abandonar?
Que envolve a minha sina.

Descontente sorriso forçado
De uma verdade mentirosa
Quem será o tal bastardo?
Que deixou morrer esta rosa.

14/10/09

Filipe Pires

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vive e Morre


Por entre a chuva chora
Uma estranha solidão;
Ah, onde será que mora?
Essa flor oculta de paixão.

Vagueia ela infeliz.
Há povo que conta:
Que é moça aprendiz!
Será que se consta?
O que se diz…

Por vezes o fim,
De quem é estimado,
Deixa na memória
Um início inacabado.

Não é única que me ocorre
Muito menos vive ou morre…

13/10/09

Filipe Pires

domingo, 11 de outubro de 2009

Eram Olhos Vivos


Olhos azuis afogados em tristeza
Olhos azuis que parecem névoas
São apenas olhos sem a sua beleza
Estes olhos debaixo de tréguas.

Eram tudo quando viam!
E continuam a ver…
Mas perderam a sua cor
Porque um dia fizeram sofrer

Que anil morto se tornaram
E que lágrimas derramaram.

18/07/09

Filipe Pires

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Que Se Espera


Bem-querer
E nada prever
Ser, ou vago?
Nisto…
Nada vos trago.

09/10/09

Filipe Pires

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Respirar A Chama


Vai brotando à medida que escrevo
Renascendo na vontade interior;
Instinto de um mero trevo
Que me traz a este mundo inferior

Vou calculando cada passo dado
Sem ter que contemplar o chão.
Vou sereno para ser amado
Por alguém que alenta paixão.

Aguardo estes segundos
Os tempos de fundos…

07/10/09

Filipe Pires

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Tela Descrita


Traço linhas na tela
Desenvolvo com cores quentes
Surge o que há de belo nela
Por entre veras mentes

Alcanço um rosto delicado
De uns olhos sensíveis
Ocupo o branco oscilado
Em pinceladas perdíveis.

Completo esta pintura
Com uma breve assinatura.

02/10/09

Filipe Pires

Será Demente


Loucura é de loucos
O que sorri para mim!
Por vezes parece perto do fim
O que de moucos
Se aproxima do confim.
Seria de doidos:
Ser idiota ou nada ser?!

26/07/09

Filipe Pires

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Linhas Reflectidas


Espelho quem sou?
Dá-me a identidade
Da verdade
Que me ocultou.
Dá-me a razão do reflexo
Contrário e sem nexo
Que me velou!

Que vulto retracto
Aparece sem tacto
Mas descoberto
De um invisível,
Talvez, presumível...

É apenas um espelho
Por fim…Quem sou?

30/09/09

Filipe Pires

terça-feira, 29 de setembro de 2009

E Se Cair…


Pode chover mundos!
Lacrimejar existências
A minha vida ir a fundos
De certas consequências.

Pode cair o astro-rei.
Que mesmo assim sei
O que vai sair dos cristais
Esses tais…
Sem medos ou, quem sabe, vazio.
Querer e merecer
O que uma tal luz
Me fez pronunciar:
Viver é aprender e saber amar.

29/09/09

Filipe Pires

O Que Será?, se Nada É


Não sei o que sinto
Nem sei se me minto.

Algo da mente faz pensar
Se um poeta escreve o que amarga
O que escreve se nunca sonhar?

Parece um vazio interno
Que se difunde…
Não sei!
Não minto
Está cá dentro
Porque o sinto?

31/07/09

Filipe Pires

domingo, 27 de setembro de 2009

Não Sei Se Algo É


Não se atiram palavras!
Nem se contam histórias
Não são poemas que lavras
São medos de vitórias.

Não sei o que andei
Nem sei se demorei a chegar
Muito menos cobicei
O que um dia me levou a honrar.

Não sou forte pela tua força!
Força de canhões a pólvora
Não é nada em mim que torça
O que apenas em ti labora.

05/08/09

Filipe Pires

domingo, 20 de setembro de 2009

O Que Invoca Em Mim


Sinto a tua influência!
Avulta em mim como uma droga
Desabrocha como uma fragrância
Rebenta com tudo o que logra.

Ó melodia árdua!
És a minha fonte por onde bebo
És a minha noite na mágoa.

18/07/09

Filipe Pires

Relaxa Este Relaxante


Cá estou, mais uma vez a fumar um cigarro e para não quebrar a rotina. O cházinho, desta vez de camomila.

Estava a matutar por entre estes neurónios de fios e faíscas se, por acaso, este chá actuaria conforme referido na embalagem. “Relaxante” e, para mais um estranho detalhe, uma suposta mulher deitada. Não é que eu tenha alguma coisa contra essa esquisita figura, mas não seria melhor se estivesse mais sensualmente bem destacada de um corpo jeitoso? Não sei, digo eu! Mas, essa agora, voltando ao assunto do relax. Ora bem, tal como exposto sobre um resultado relaxante, se assim for, é a dobrar! E porquê? Porque o cigarro também tem um efeito semelhante. Não é por nada, mas estou na dúvida sobre esse problemático caso. Será mesmo? Ora porra! Estou um bocado indignado, mas não deve ser verdade… Está a dar-me o sono, e nem estou bêbado. Vou é deitar-me com ela. A minha almofada fofa e relaxante. Já mal sinto os dedos. Boa noite a todos.

Raios partam o chá!


03/08/09


Filipe Pires

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Sério Ou Nada


Pensei no pensamento.
Num sério desentendimento
Seria um breve tormento?
Este demente pensamento…
Não me traz contento!
O que pensei eu?
Se nada me ocorreu…

26/07/09


Filipe Pires

Aliança De Astros


Sinto-te como quem ama

Vejo-te cintilar num amanhecer

Escuto por quem chama

Um amor que não irá falecer.


Alianças são como astros!

E num barco em véu navegador

Sonhava contigo, meu primor


São versos que escrevo

A pensar numa união

És flor…quem sabe trevo

Seja o que for

És a minha afeição.


29/07/09


Filipe Pires


quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cascais Escrevo Para Ti


Sitio histórico que é Cascais
Vivido de fantásticos contos
Enorme será sempre teu cais.

Das vistas é beijado em mar
Beldades por tantos cantos
Que noites lindas de luar
São os teus imensos mantos…

Mas chega a hora das despedidas
Que estas lágrimas por ti cantão
Faço delas tuas convividas
Cascais estarás no meu coração.

16/07/09

Filipe Pires

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Não Há Nada! Não Há Algo…


Não há céu que me aceite!
Não há inferno para mim
Nem os meus olhos me querem,
Nem as minhas palavras de cetim.

Afastem-se da minha mente!
Sou uma pobre alma carente

Apenas me fecho no pardo
Onde me solto somente
Fico quieto enquanto ardo
Neste cerco do fim coerente

15/07/09

Filipe Pires

Um Pouco De Ale Lorun


Bebo lentamente a minha caipirinha, com algumas pedras de gelo neste belo copo, e claro, o entre dedos que solta o seu fumo de dança psicadélica. Nisto tudo, ocorre-me um pensamento: Ora foda-se! Muito clássico era enrodilhar uma, ai se era, já dizia o meu camarada Lúcio Ferro: “ No entanto, eu gosto de estar mocado, sabe-me bem, é bom para a higiene mental e faz-me rir”. Pois claro! A mim também, e neste momento, sinto essa fantástica frase a ecoar pelos meus neurónios. Sem dúvida, vou deitar-me…estou com uma puta em cima.
Ai, ai…higiene mental.

15/07/09

Filipe Pires


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Citação


Não é senhor porque assim lhe chamam, não é poeta apenas porque escreve e dissimula sentimentos. O que será ele se não for o que lhe chamam?

27/06/09

Filipe Pires

Aldraba Antes Escrito


Escrevo em ti branca folha!
Escrevo enquanto bebo as letras
Letras que ninguém olha,
Nem ninguém molha um sorriso,
Dessas letras sem aparente siso.
Escrevo em ti papel, quem olha?
Nem contento quando iludo
Nem destilo enquanto contento
Se nem sei mentir
Porque mente minha palavra,
De mentiroso que lavra o pesaroso?
Porque convenço quem lê a folha?
Se a folha ainda está por redigir.

08/07/09

Filipe Pires


domingo, 5 de julho de 2009

Citação


O que a letra sente o poeta consente dela…

27/06/09

Filipe Pires

Vislumbro-te Como As Alvoradas


Vislumbro-te como as alvoradas.
Aquelas de orvalho e breves brisas
Das manhãs Primaveris aladas
E das nuvens tristes e grisas.

Espero que gostes, do gosto dócil
Dos meus lábios nos teus,
E fazer dos meus, único e volátil
Desejo adoçado, que me consome
Dos seus beijos um estímulo amado.

O que dois corpos fazem,
Ao despertar da inspiração?
O lençol esconde da aragem
O que dois corpos fazem na paixão.

05/07/09

Filipe Pires


Senti Tudo! Na Minha Pele


A minha pele sente!
Sente e consente que sentiu
Este tempo que me mente
Que nem dei conta se me iludiu.

De mão erguida ao vasto céu
Uma brisa corrente persistiu
Tenho este soberbo sol como meu réu
Do meu palmo se sobressaiu

É fogo batalhador!
Roda o vastíssimo azul manto
Para no fim se repor
Uma noite neste belo recanto.

05/07/09

Filipe Pires


terça-feira, 30 de junho de 2009

A Noite É O Meu Beco


Estou só e perdido
Sozinho num sombrio beco
Estou só e ressentido
Por mais que fale, só ouço o meu eco.

Sou nada, talvez nada sou,
Por mais nada que seja
Nem a minha lágrima me içou

Sigo as lágrimas até ao chão
Deste lamento das funduras
São pranto de solidão
São vivências mais duras.

O escuro é secreto
Nem a noite diz
O que de vil é concreto.

30/06/09

Filipe Pires


domingo, 28 de junho de 2009

Lisboa, Chove Em Ti


Chove nas ruas desertas de Lisboa!
Consigo ouvi-la desabar
Nas veias amplas onde ecoa
Cai e soa, cai para assear,
Assear Lisboa.

Abrem-se guarda-chuvas!
Nas velhas vias de Pessoa
Dão vida ás acanhadas ruas
E ressoa novos ruídos de Lisboa

28/06/09

Filipe Pires

sábado, 27 de junho de 2009

Citação


Ontem pensei, hoje sonhei, amanhã aconteça o que acontecer, não será escrito aqui.

27/06/09

Filipe Pires

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Flor Da Memória


Na minha varanda nasceu uma flor!
Brotou numa manhã de madrugada
Em excelsos de cetim e primor.

Pensamentos correram sobre ela
De onde surgiu esta flor tão bela?
Medrou até minha janela do calor
Mas que pétalas nascentes do alvor.

És verde dos infindos campos
És brasa do sol alado
És senhora de todos os recantos
És o meu outro lado estimado

Vives na calada na lembrança
És a minha flor de confiança.

24/06/09

Filipe Pires

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Não Vejo Lágrimas


Lacrimejo de breve pensamento
Colossal lágrima candente…
Do fundo da cisterna do padecimento
Onde o Olimpo se torna ausente
Ó minha visão frágil de contento!

Não sinto a luz cintilante
Nem a brisa alheia
Não sinto a chuva cativante
Nem vejo o que me vagueia

Sou triste porque sou cego
Cairei afogado no meu pranto
Sou triste porque me rego
Em choro num recanto.

22/06/09

Filipe Pires

domingo, 21 de junho de 2009

Pé A Passo


Caminha o caminhante
A pé, vai ele confiante.
Caminha o sonhador
Pelas nuvens vai condor

Caminhais ó caminhante
Logo, é um viajante sonhador
Caminha o fantasiador, confiante!
Todavia pelas nuvens como um condor.

Jornadeias viandante
Vais para longe estranho trovador
Progride por estrada constante
Num olhar de explorador.

21/06/09

Filipe Pires

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Os Segundos Do Sentimento

Subjugo o imenso céu
Dos prateados reflectidos
Na nuvem que é véu
Dos significados esquecidos.
Acolho a letra que é réu
Do meu pensamento…
A frase que vai ao vento
Soletro-te, descrevo-te.
Aperfeiçoo em tormento
A palavra que sentimos
E digo cobiçando-te
Que quanto mais andamos
Mais eu te amo…

19/06/09

Filipe Pires


A Sede De Quem Escreve


A minha pétala foi com o vento
Agora sozinho sou sofrimento

Encaro o pesadelo com fé
Sede de chama flamejante
Enquanto remo contra a maré
Perco rasto da minha amante

Flor crescente de majestoso luar
És nevoeiro do um ressentido mar

Nem a palavra sente
O que o poeta consente.

19/06/09

Filipe Pires

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Nascente Sol


Fogo ardente brota no horizonte
Cresce glorificado de cetim
Beija de calma harmonioso monte

Nuvens pintadas de ameno carmesim
Costuradas ao éden da beleza
Cunham os limites do infindo confim
Com cores indefinidas de lindeza

É astro-rei que cresce sobre mim
É tela a óleo da vasta fonte
Lavra-se o céu em algodão, sim…
E eu, pintado num quadro de grandeza.

16/06/09

Filipe Pires

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Respiro Um Minuto


Aguardo num cantinho de pausa, para voltar a abraçar as palavras. Faço uma vénia, e agradeço às longas frases que me compreendem e conhecem. Respiro e espero um minuto. Demorarei a recuperar a minha exausta aura.
É um exaltado minuto de recuperação. Mas voltarei, prometo.

29/05/09

Filipe Pires

terça-feira, 26 de maio de 2009

Velejar Frágil Mimo


Lacrimejo como um rio
Corrente de longas gotas
Embebidas em vós soltas
Sois frágil mimo fio.

São olhos de azul céu
Com toque de campos verdes
De harmonioso véu
Sois notas de Paredes

Lábios finos do meu reparo
Observo-a bela flutuante
A velejar viajante no paro.

26/05/09

Filipe Pires