Escrevo em ti branca folha!
Escrevo enquanto bebo as letras
Letras que ninguém olha,
Nem ninguém molha um sorriso,
Dessas letras sem aparente siso.
Escrevo em ti papel, quem olha?
Nem contento quando iludo
Nem destilo enquanto contento
Se nem sei mentir
Porque mente minha palavra,
De mentiroso que lavra o pesaroso?
Porque convenço quem lê a folha?
Se a folha ainda está por redigir.
08/07/09
Filipe Pires
Escrevo enquanto bebo as letras
Letras que ninguém olha,
Nem ninguém molha um sorriso,
Dessas letras sem aparente siso.
Escrevo em ti papel, quem olha?
Nem contento quando iludo
Nem destilo enquanto contento
Se nem sei mentir
Porque mente minha palavra,
De mentiroso que lavra o pesaroso?
Porque convenço quem lê a folha?
Se a folha ainda está por redigir.
08/07/09
Filipe Pires
Pura e simplesmente adoro estas linhas: "Se nem sei mentir/Porque mente minha palavra,/De mentiroso que lavra o pesaroso?/Porque convenço quem lê a folha?/ Se a folha ainda está por redigir."
ResponderEliminarAfloras aqui a velha questão que muito me intriga... O poeta é um fingidor... Mas como um poeta fingir sentimentos? Que um escritor invente toda uma história, consigo compreender... Que um poeta simule ou fale daquilo que não sente verdadeiramente, intriga-me imenso... Talvez porque sinta aquela velha máxima de que a poesia vem do coração (passional) e a prosa da cabeça (racional)...
Dúvida: Se a folha ainda está por redigir, como convences quem a lê? É suposto acreditarem em ti sempre? Ainda mesmo sem escreveres algo? Curioso.