quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Fora de Mim


Tragam o absinto!

Mais uns fortes tragos

E minto ao que sinto

Acabo comigo nos vagos

Sem nada ou ninguém

Quero mais um ou dois tragos

Que já me vejo como alguém.


Filipe Pires

8 comentários:

  1. O problema não é a vida, nem a nossa experiência dela. O problema na arte é de expressão, de expressão da vivência. A arte exige que nós nos saibamos expressar (se formos pintores, pois bem, devemos saber desenhar, pintar, misturar as cores, usar os materiais de que a pintura é feita... de modo a que no fim aquilo que queremos dizer/expressar/ mostrar/ comunicar aos outros ou a nós mesmos aquilo que de facto queríamos expressar seja expresso...--se formos poetas os materiais de expressão são as palavras e, por conseguinte, devemos dominá-las, tê-las domesticadas, ou seja, tê-las pela trela de modo a que, quando delas necessitemos, elas estejam ali ao nosso lado disponíveis e dispostas a servir-nos para nos expressarmos e dizermos o que quisermos e por vezes o que elas querem dizer de nós--não te esqueças que inúmeras vezes as palavras mais nos dizem que nós as dizemos, ainda que nós pensemos que as dominamos...). É preciso, pois, aprender, acarinhar e acariciar as palavras de maneira a que elas nos queiram ser vir.
    PS (post scriptum). Se mantiveres o blog aberto a comentários pode ser que te dê, se considerares que as queres, mais umas dicas.
    ciao

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  2. adoro os teus poemas filipe ! adoro, adoro

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  3. Ora, ora...Sr.Anónimo gostei do seu salto ao meu espaço poetico. Mas, tenho uma questão a fazer...hum...não seria melhor apresentar-me algo do seu espaço(se tiver,claro).

    Enfim...sobre o seu comentario: vou ser simpatico! eu acho que devia pensar um pouco melhor. Algum senso moral, talvez. Mas, meu caro Sr.Anónimo, é preciso lembrar que nem todas as alvoradas são de pura expressão e nem tudo o que é simples, vago, é reles.
    Hoje em dia a mente humana(nesta geração jovem) faz-me traçar uma ideia simples. Como uma "pocilga mental".

    Sr.Anónimo, deixo-lhe os meus cumprimentos.
    Aguardo as suas ideias severas.

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  4. Uma vez Saramago disse acerca de Gonçalo Urbano Tavares (um jovem escritor em franca expansão: "sinto raiva ao ver alguém escrever tão bem aos 35 anos..."
    Eu não sinto raiva... risos... Mas fico um pouco incrédula como um "puto" de 19 anos escreve desta forma... Este teu poema "Fora de mim" denota sentimentos e sensações não muito típicas nessa idade... Posso estar enganada, mas falas de uma maneira tão porfunda e incisiva que é estranho compreender como adquiriste a experiência de vida necessária para falares sobre isso... Quando dizes, e passo a citar, "Quero mais ou dois tragos,/ Que já me vejo como alguém.", na minha opinião, é um sentimento. que eu sei do que falas, não muito "normal" na tua idade... E, por isso, dou-te os meus parabéns... Além disso, as tuas escolhas musicais são simplesmente surpreendentes... Oiço toda a música que tens escrito nos teus interesses e, UMA VEZ MAIS, me pergunto como conheces FRank Zappa com 19 anos????? Brutal!

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  5. Hum...

    Esses gostos musicais estão mais requintados.
    É por vivência que se sobeja na mente.

    Um resto de bom dia.

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  6. Catarina Gomes Veloso5 de maio de 2010 às 12:31

    Hum...

    É por vivência que se sobeja na mente? Muito bom. Risos...

    Requintados? Hum... Não me diga que agora só ouve jazz e acha que esse som já não tem qualidade...

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  7. Pelo contrário. Eu gosto de jazz e ainda gosto do mestre Zappa, mas, essas informações, no meu perfil, estão desactualizadas. Enfim...

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  8. Agora fiquei curiosa com o Sr. Anónimo.. que comentários. Enfim..

    A expressão "pocilga mental" não me tem saído da cabeça desde que a disses te. Faz me pensar... Lembro me dela mal ponho os pés fora de casa. Porque será..

    Abraço

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