O que posso fazer por ti?
A tristeza domina-me…quero ajudar, mas não sei como?
Ela está doente, e só um milagre a salva.
Perdido estou…morto, arrasado. Sentado no canto escuro da nossa casa, imaginando-a a entrar por aquela porta e dizer” Estou de volta!”, mas estes pensamentos apenas me vão destruindo mais e mais…
Choro por ela, até cair. Pergunto-me a mim próprio.
Porquê?!
Porquê tu?!
A minha vida não é nada sem ti! Só dor…só sofrimento! Tudo pela pessoa que vai morrendo, pouco a pouco, como se, alguém lhe tirasse o espírito…
Olho pela janela. Que lua espectacular, vem a ser esta? Que desconsidera os meus sentimentos que se fecham no peito, deixando cicatriz.
O silêncio é quebrado pelo telefone, certamente são notícias dela. Com movimentos bruscos, corro para atender.
- Estou! Sim é o próprio, diga…
As piores, chegaram! Deixo cair o telefone sem reacção nas minhas mãos. Caio de seguida no chão, como se me tirassem a vida…agora sim, posso morrer, pois a minha vida não tem mais significado!
Penso, por breves instantes, sobre a maneira mais rápida de me matar. Nisto olho para a varanda. Levanto-me depressa e, numa corrida feroz atiro-me do vigésimo andar.
Os últimos momentos que me lembro foram o, impacto no chão árduo. Agora ao pé da minha mulher eu digo que, não importa o sofrimento que se sente, pois volto sempre a reencontrar a minha razão de viver.
Filipe Pires