sexta-feira, 20 de março de 2009

Surge o Martírio


Dizem que o caminho, é distante,
Contam-me que não tem fim...
Avisaram que era arrepiante
Enquanto andava, pensavam em mim.

Criavam-se as histórias

Nasciam as lendas.

Evoluíam-se memórias.
De olhos tapados, com vendas...

Os gritos percorriam os montes
O sangue escorria pelo vale
O céu ficava vermelho...
Cresciam demónios do mal.

As trevas dominavam o mundo
As nuvens tornavam-se cinzentas...
O horizonte expressou-se mudo
E as vidas ficaram irrequietas.

Deparava-me pelo meio dos trilhos
Rodeado de longas searas...
Caminhava e observava.
Seria alguém?

Mas o manto negro caiu!
Ergueram-se poderosas labaredas...
A fronteira do inferno emergiu
E das profundezas sobressaiu.
Dominantes olhos, de sabor a carnificina,
Olhava hipnotizado!
Pensei estar acabado...
Foi então que brotou um desejo
E de todos os meus poros
Fora expelido o sangue.
Caí...revirei os olhos.
E...
Morri!

Filipe Pires

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